Crianças e
adolescentes com menos de 14 anos ainda dividem o tempo entre escola e
trabalho, o que é proibido. Em campestre, um dos focos de trabalho infantil
está nas feiras.
Nas feiras livres,
eles são mão de obra freqüente. Crianças empacotam e negociam. Ajudam no
carregamento. Um menino que leva nas costas um lote de vassouras. Outro garoto,
de 10 anos, começa cedo: "Eu vendo as frutas. No que for 11h, eu vou para
casa. E depois minha mãe vem para a feira. Eu chego aqui 6h30. E tem vezes que
eu atraso", contou.
Até os 14 anos de
idade, o trabalho é proibido no Brasil. A partir dessa idade ele só é permitido
na condição de aprendiz, e com supervisão. Mas de acordo com o IBGE, 878 mil
crianças, dos 5 aos 14 anos trabalham no país. E 40% delas estão no Nordeste.
De acordo com o
Ministério do Trabalho e Emprego, só este ano, com a fiscalização, os
flagrantes de trabalho infantil caíram 36% em quase oito meses, comparando com
o mesmo período de 2011. A grande preocupação ainda é a atividade incentivada
pela família, onde a fiscalização é muito difícil.
Segundo
especialistas, o emprego pode impedir a educação e o desenvolvimento da
criança.
“A partir do trabalho
infantil é que vai ocasionando essa distorção de idade-série, a dificuldade de
aprender, não acompanhar o ritmo da escola. Isso no final do ano leva a
reprovação e, mais para a frente, essa distorça. E aí, a evasão”, disse Juliana
Vieira Prado, pedagoga.
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